terça-feira, 27 de novembro de 2012

Cozinhando Escondidinho

Agradecimentos especiais
Oi, gente!

Esta semana fui conhecer um lugarzinho massa, e estou muito feliz em poder dividir esta descoberta com vocês.
O lugar se chama Cozinhando Escondidinho. Nada mais apropriado. Fica no primeiro andar de uma casa residencial, em Casa Amarela, e não tem nem placa na frente. Parece, mas não é difícil de chegar (pra facilitar, vou postar na fan page do blog o mapa de acesso). Sobrevive, basicamente, da velha e boa propaganda boca a boca, que é a melhor de todas! Soube da sua existência por amigos, e aqui estou eu, indicando pra todo mundo!
A proposta da casa é simples: comida regional da melhor qualidade, com um toque de criatividade e muito cuidado na apresentação, a um preço justo. O atendimento é de primeira, coisa rara por aqui.
Soube depois que o chef, Rivandro França, ganhou o prêmio de Chef Revelação 2012 do Guia Brasil 2013.
Mais do que merecido!
Fiquei absolutamente encantada. O ambiente é simples, porém decorado com cuidado, e cheio de referências à cultura sertaneja. Uma das coisas mais legais são as panelas penduradas nas paredes, repletas de recadinhos e assinaturas de quem esteve por lá. Uma graça!
Escondidinho de carne de sol
Panelinha de Moela
Caprichei nesse dia, e o passeio pelo cardápio foi grande. Em homenagem ao nome da casa, comecei pelo Escondidinho de carne de sol com banana comprida, e já acertei de primeira. Pequenininho, baratinho e delicioso! A massa, ao invés da tradicional macaxeira, era de banana comprida, fazendo o contragosto perfeito pra carne de sol. Queijinho por cima pra gratinar, e voilà!
Mais um copinho de cerveja, e a escolha da mesa foi a Panelinha de moela no molho com farofa e vinagrete, e a Codorna a retalho. Mandamos bem, de novo! A moela estava bem molinha, e o molho encorpado. Pra mim, só precisava de um pouquinho mais de sal. Mas agradeci em nome do meu pai, hipertenso, que me acompanhava nesta empreitada gastronômica.
Cuscuz de Cabeça Amarrada
Codorna a retalho
Já a codorna, estava impecável! Duas codornas em pedacinhos, com cubinhos de queijo coalho, puxada na manteiga e no mel de engenho. Surpreendente! Estava tão boa que até quem não se aventura muito nos sabores adorou. Nota 10!
Fomos em frente, e a vez foi do Cuscuz de cabeça amarrada.  Um nome engraçadinho pro bom e velho cuscuz com galinha guisada. Só que em pratos separados, e o cuscuz num prato amarrado com um pano, bem naquele estilo trabalhador rural. Estava bom, mas não excelente. Foi a opção mais fraca.
Lindo e Arrumado
Mais uma rodada de cerveja gelada. Pra acompanhar, Lindo e arrumado (adorei o nome!!!), que é um arrumadinho incrementado com fava rajada. Gostoso, e muito bem servido. Mais um pra lista!
Pirão de coalho
Finalmente, pensamos em almoçar. Como todo mundo já estava meio cheio, dividimos alguns pratos que seriam, a princípio, individuais. A estrela foi o Pirão de coalho na cumbuca virada. Todo mundo adorou! Uma mistura de arroz, feijão verde e carne de sol desfiada, e uma cumbuca de pirão de queijo coalho virada por cima. Quase uma releitura do baião de dois que eu costumava comer quando criança, na casa de uns tios muito queridos. Simples, farto e muito gostoso.
A essas alturas, o estrago na dieta já havia sido feito, e fomos com gosto de gás nas sobremesas. Ainda bem! Hora de novas e boas surpresas. O queijo manteiga com mel de engenho estava divino, cheio daquela casquinha bem crocante, que é, para mim, a sua melhor parte.
Na lista dos imperdíveis, o Triângulo Amoroso, formado pelo casamento perfeito do bolo de rolo, sorvete de creme e calda de chocolate, e o Doce Sabor Pernambucano, delicadamente feito de macaxeira, coco ralado, mel de engenho e cachaça. Divino, e inesquecível!
Depois disso tudo, foi inevitável começar a pensar numa cama, numa rede... Hora do cochilo!
Espero que vocês encontrem os sabores escondidos neste lugarzinho especial. Comida boa, e com preços altamente justos. Mas o melhor de tudo foi, sem dúvida, a simpatia do Chef Rivandro, que marcou seu nome no meu coração sempre faminto.
Um beijo, e até a próxima!
Triângulo Amoroso
Doce Sabor Pernambucano

Queijo manteiga



domingo, 18 de novembro de 2012

A arábia é aqui!

Oi, gente!

A dica desta semana foi a minha primeira descoberta pós férias: a Snaubar Esfiharia e Cervejaria, no bairro de Parnamirim.
Aberta há pouquíssimo tempo, veio tentar preencher um grande vazio na cena gastronômica desta cidade: a ausência de bons restaurantes árabes. Ainda bem!
Obviamente, como o próprio nome diz, a estrela da casa são as esfihas, e nelas o cardápio é pródigo em opções. Mais ou menos como ocorreria numa pizzaria, ou numa creperia, os mais variados recheios estão lá: os comuns, os mais elaborados, os simples, os mais temperados, doces ou salgados, e ainda os chamados regionais. Na tentativa de agradar a todos os paladares, a temática árabe foi ampliada, cheia de licença poética. Imagine uma esfirra quatro queijos, uma marguerita, camarão com catupiry, carne de sol com queijo coalho, charque com catupiry, calabresa, romeu e julieta ou cartola. Todas estão lá.
Esfiha de berinjela e coalhada seca
Esfiha Quatro Queijos
Elegi algumas para provar. A massa é gostosa, embora para mim pudesse ser um pouco mais leve e mais fina. Confesso que não cheguei a perguntar, mas senti um gostinho de milho bem marcante em todas elas, mais ou menos como a massa utilizada em uma conhecida pizzaria recifense. Será que procede? Prometo que, se obtiver essa informação, compartilho com vocês.
Se tiver que sugerir, fico com a de beringela com coalhada seca. Uma delícia!
Pelo que pude observar, também estão fazendo bastante sucesso os michuis, que são espetinhos, acompanhados de pão sírio e uma das pastas da casa, à escolha do cliente.
Por falar em pastas, a coalhada seca de lá é deliciosa, bem encorpada e temperada, assim como a pasta de grão de bico. Mas pecaram no pão sírio, que estava mole, e deveria ser mais leve e crocante. Quem sabe na próxima?
Kibe vegetariano com coalhada seca
A medalha de ouro foi para o kibe vegetariano recheado com coalhada seca. Delicioso! Sequinho, recheio farto, tempero leve. Jogue fora o preconceito e não torça o nariz para o fato de ser vegetariano. Se você não prestar atenção, vai jurar que é de carne. É, ao meu ver, o melhor petisco da casa!
Ah, duas coisas boas: pra acompanhar tudo isso, o chopp é Heineken, bem geladinho. E o café é da marca italiana Illy, o que já traz uns pontinhos extras.
Na verdade, senti apenas uma grande ausência: o KIBE CRU. Como sou absolutamente apaixonada por um bom kibe cru, fiquei um pouco frustrada em não encontrá-lo no cardápio. Como assim um restaurante árabe sem kibe cru?? Acho que vou iniciar uma campanha pela sua inclusão no cardápio.
Ah, você sabe o que quer dizer Snaubar? Eu também não sabia. Mas não vou contar aqui. O melhor é pedir para o proprietário te contar, enquanto estiver por lá. A história é ótima, com direito, inclusive, a degustações.
No fim, temos um bom lugar pra relaxar e jogar conversa fora, numa ruazinha tranquila que evoca minhas melhores lembranças de infância.
Acho que voltarei por lá!
Um beijo a todos, e boa semana.

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Eu comi um rato

Qual a sua maior aventura gastronômica?


Em qual momento você vacilou, pensou, olhou 20 vezes para o prato na sua frente, até ter coragem de provar o que estava sendo oferecido?
Afastar o preconceito e aventurar-se nos sabores não é fácil. Requer uma boa dose de coragem, disposição e mente aberta. Você pode conseguir ou não, gostar ou não, terminar o prato, repetir ou nem conseguir engolir a primeira garfada. Mas será, sempre, uma experiência inesquecível.

Particularmente, sou bastante aberta a surpreender meu paladar, especialmente em viagens. Antes mesmo de chegar ao destino, já sinto o gostinho dos pratos que quero provar. A gastronomia é, sem dúvida, um dos maiores atrativos turísticos.
Não foi diferente quando cheguei à Serra Equatoriana. Ao contrário da costa, é a parte que se mostra mais típica, e que se revela como a idéia pré concebida que temos dos países andinos. Ao lado da altitude, que é um atrativo à parte, a herança indígena está super presente: na fisionomia da população, na língua, no artesanato, na dança, na vida social, e na culinária.
Pra entrar no clima, resolvi criar coragem e provar o famoso cuy, que nada mais é do que o porquinho da índia (aquele mesmo, fofo, que a gente cria em casa) assado inteiro no espeto.

Dica certa em todos os guias de viagem, descobri que o cuy, além de ser o prato mais típico daquela região, é uma prato de festa. Iguaria servida em ocasiões especiais, de comemoração familiar, e caro para os padrões locais de preço.
Durante toda a viagem encontrei mulheres assando o porquinho na brasa, na beira da estrada, e fui me aconstumando à idéia de prová-lo na próxima refeição.
Soube que a grande maioria dos turistas não se atreve, por considerá-lo um rato assado. Será?

Depois de um árduo trabalho mental, consegui me convencer que um porco-da-índia não é um rato, e fiz o pedido no restaurante.
E ele veio.... inteirinho, com pele e tudo, olhando pra mim. Muito mais difícil, não é?
Se fosse desfiado, ou cortado em pedaços, seria muito mais fácil. Mas não. Era preciso encarar os olhinhos vidrados e a boquinha aberta, com dentinhos à mostra.
A hora H, e a cara de espanto da vizinha
Respirei, e entrei fundo de garfo e faca na mão.
Ainda bem.... ele era gostoso! A pele super crocante, bem sequinha. A carne, meio parecida com a de coelho. Só que ele é magrinho, tem muito pouca carne (como acontece com a codorna, por exemplo). Nada que eu me apaixonasse, ou repetisse. Mas valeu a pena a experiência.
Vai para a lista das coisas que provei, mas não me apaixonei (junto com os escargots).
E você, comeria?
Um beijo, e até a próxima aventura.




PS: Eu, ignorantemente, pensava que porco-da-índia e hamster era a mesma coisa. Não, não é. São duas espécies diferentes, com algumas peculiaridades que deixarei para os criadores e simpatizantes de plantão elencarem.