quinta-feira, 10 de abril de 2014

Quer ir conhecer a Concha y Toro?





Oi, gente!
Post novo saindo depois de um final de semana prolongado incrível em terras chilenas...
É, no meio do dia a dia corrido, terminei emendando uma viagem na outra, e vou alternando os posts sobre o Peru e o Chile por aqui... Chique, né?
Pra começar, vamos falar de uma paixão, o vinho, e da delícia que é visitar as vinícolas... Sim, eu adoro! Sempre que posso, incluo a visita no roteiro, e dessa vez consegui aproveitar dois dias seguidos de muita uva, vinho e belas paisagens...
Os vinhos chilenos já são velhos conhecidos nossos... geralmente são bons, a um preço acessível, e tem boa aceitação na roda de amigos, considerando a diversidade de paladares e de conhecimento sobre o assunto.
E quando você pensa em vinho chileno, pelo menos aqui pelas bandas do Recife, não dá pra não pensar nos rótulos da Concha y Toro. São, basicamente, vinhos fáceis, de grande aceitação, principalmente por quem não está muito acostumado a Baco, por um preço razoável. Por isso, a primeiríssima opção de visita foi, obviamente, a famosa Vinícula Concha y Toro!

Chegar lá é fácil, dá pra ir de metrô, conjugado com um pequeno trecho de táxi no final. As visitas acontecem com hora marcada, em diversos idiomas, e sempre há bastante gente por lá. O lugar é lindo, todo organizado, mas meio turistal demais... Sabe a sensação de que tudo está arrumadinho pra turista ver, mas que falta alma? É isso.

Optamos pelo tour premium, que era basicamente o tour básico de 01 hora, acrescido de uma degustação dos vinhos Marques de Casa Concha. Ficamos realmente frustrados na primeira hora... A nossa guia - uma loira chatésima - mal olhava pra nossa cara, conferia o relógio a todo momento, e corria mais do que tudo. Fico imaginando um idoso tentando acompanhá-la no tour... provavelmente terminaria levando uma queda! Parecia um robô repetindo o texto decorado, sem nenhuma empatia nem amor pelo que estava fazendo. Também não há muita ênfase no processo de fabricação do vinho, mas sim na história e nos produtos da vinícola. A parte da cave do Casillero del Diablo é legal, mas a lenda é contada por led e som, sem muita emoção. As degustações, três, são feitas quase de forma automática... Os vinhos são razoáveis, mas a correria é tanta que nem dá pra aproveitar.

Já a segunda parte do tour é ótima, e valeu o passeio! Apesar de ser feita num local fechado, a enóloga responsável é super atenciosa e simpática, responde a perguntas, fala devagar, interage, tenta ser engraçada. Quatro vinhos de uvas diferentes, todos da excelente linha Marques de Casa Concha, acompanhados de quatro queijos, um para cada harmonização. Pro vinho mais leve, pinot noir, queijo de cabra; e assim sucessivamente até terminar com o cabernet acompanhado de um queijo tipo parmesão. Explicações, sabores e bouquets devidamente aprovados! Recomendo muito fazer essa desgustação, é a melhor parte da visita! 

Ah, já ia esquecendo: é óbvio que não dava pra não falar da uva Carménère , que é uma das minhas preferidas, e praticamente um símbolo daquele país. Isto porque, apesar de sua origem francesa, ela foi praticamente exterminada dos parreirais de Bordeux no início do século XX, depois de uma grande praga de filoxera. Trazida às terras francesas por acaso, as mudas de carménère foram confundidas com as de merlot, e plantadas juntamente com elas. Com o tempo, as diferenças no tempo de maturação foram se acentuando, e somente nos anos 70 é que ela foi identificada em terras chilenas. Sobreviveu e se adaptou tão bem às condições climáticas daquele país, onde não existe filoxera, que é hoje um orgulho de todos os produtores. Legal, né?

No final, restaurante e lojinha à disposição, com mesas ao ar livre para que você possa ficar um tempinho mais por lá.

E foi isso! Saímos felizes, adoramos o lugar e a degustação premium, mas ficamos tristes ao constatar o quando o lugar é comercial, e a péssima relação que tem com os visitantes, tratados de forma absolutamente indiferente pela guia do passeio. Mesmo assim, vale a pena pela beleza, pelos vinhos e pela história. Sabe aquele tipo de lugar que ao final você diz: "é, foi legal, vale a pena, mas pra se fazer somente uma vez na vida".
Ainda mais quando comparamos com a outra vinícola visitada no dia seguinte.... e que será o próximo post do blog!
Até lá!!

Ah... depois que voltei, encontrei o Marques de Casa Concha pra vender no Pão de Açúcar... Estava na promoção por "apenas" R$ 110,00. Achei meio carinho (pelo menos pro meu bolso!). Beijos!