Ceviche no almoço, com arroz e chifles de banana |
Menos cansada, menos estressada, mais pobre, mais gordinha e imensamente mais feliz! Cheia de fotos, lembranças e histórias pra contar.
O Equador é um país surpreendente. Pequeno no tamanho, grande na diversidade. Uma mistura de povos, de culturas, de valores. De climas e paisagens tão diversos que até esquecemos que estamos no mesmo país. Sem nem uma moeda própria pra chamar de sua. Mas com uma unidade que é marcada pela história, pela língua e, sobretudo, pela gastronomia.
Como sempre, respirei e abri a mente, a boca e o coração para conhecer e captar todos os gostos e cheiros da metade do mundo. Sem preconceitos, sem julgamentos, mas procurando encontrar, especialmente, a história daquilo que me estava sendo oferecido, a origem daquele sabor, a influência por trás daquele prato.
Foi assim por quase um mês. Do mais trivial ao mais sofisticado. Da comida normal cotidiana ao jantar de gala. Algumas delícias, algumas surpresas, algumas decepções.
Por isso, teremos muitas novidades para compartilhar por aqui.
Pra começar, a costa equatoriana. A região ainda traz um grande ranço da dominação econômica e ideológica americana. Os Estados Unidos estão no horizonte coletivo, e no sonho de consumo de cada um. Por outro lado, o mar gelado do Pacífico recheia a dieta alimentar, e o pequeno espaço disponível para pecuária faz disparar os preços da carne bovina. Na base produtiva, um monte de fazendas de camarão, e barcos de pesca de todos os tipos e tamanhos. Dá pra imaginar que o forte por lá são os frutos do mar. Ainda bem, porque eu adoro!
Ceviche equatoriano de camarão |
Lêdo engano.
O ceviche equatoriano é completamente diferente do peruano. Ponto comum entre os dois é a excelente qualidade dos ingredientes. Em todos os que comi (e foram vários!), o peixe era fresquíssimo, o camarão espetacular, e o polvo macio como nunca. Mas parava por ai.
Carrinho de ceviche na rua. |
Ao contrário do peruano, os ingredientes principais (pescados, frutos do mar) são pré-cozidos. Mas só um pouquinho, porque permanecem bem macios. Além disso, vem cheio do molho ácido, num prato fundo, como uma sopa rala.
Um desses a cada 100m de areia |
Não é só. O ceviche pode ser comido a qualquer hora, e se for a sua escolha pro almoço, virá acompanhado também de uma porção de arroz branco, que você também deverá por dentro do prato fundo de ceviche.
Mas lá pras bandas da praia, ele é comida de café da manhã! Sim, o café da manhã regional, típico, é ceviche. Um bom prato de ceviche com chifles de banana. Energia pro dia todo.
Parada pro café da manhã |
Confesso que me neguei, por muito tempo, a fazer isso. Primeiro, porque nem sou tão fã assim de ketchup. Segundo, porque achei um absurdo estragar um prato tão saboroso, com ingredientes de primeira, desta forma. Mas vi, todas as vezes, todo mundo colocando.
Este já veio com ketchup |
Tenho que dar a mão à palmatória: não fica ruim. Pelo contrário, o docinho do ketchup vai um bom contraponto ao forte tempero do ceviche. Mas ainda assim prefiro a minha versão não americanizada.
Será que alguém se habilita a provar???
Esta é apenas a primeira das novidades. Afinal, não há como negar que comer ceviche com ketchup, no café da manhã, foi uma aventura.
Já estava com saudades de vocês!
Compartilhar a experiência torna muito mais legal tudo o que é vivido.
Um beijo!